Origem
Jaguaribe, segundo Silveira Bueno, é vocábulo indígena que significa "no rio das onças". Do tupi yaguar: onça; y: rio; e pe: em.
Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, do Instituto do Ceará, apoiam-se na opinião do Barão de Studart como a mais correta na interpretação do significado do topônimo: Jaguar = onça; e = água; be ou pe = no; ou seja, no rio da onça.
História
Jaguaribe-mirim, como inicialmente se chamou o núcleo, era denominação do riacho, braço do Rio Jaguaribe (posteriormente Catingueira e Santa Rosa), transmitido ao sítio à sua margem, cuja construção é atribuída a os irmãos Francisco e Manuel Martins, vindos de Pernambuco.
As terras, devolutas, foram mais tarde concedidas em sesmaria ao capitão João da Fonseca Ferreira, possuidor do sítio Santa Rosa desde 1697, tendo sido um dos primeiros povoadores da região.
Já em princípios do século XVIII Fonseca Ferreira doou o Jaguaribe - mirim a seu genro, coronel Manuel Cabral, que o vendeu ao padre Domingos Dias da Silveira, cura da vila do Icó. Mais tarde, arrematada em leilão pelo padre João Martins de Melo, a propriedade foi doada a Francisco Eduardo Pais de Melo, por escritura de 25 de maio de 1786, para constituir seu patrimônio de ordenação. Com a morte deste, o sítio foi dividido entre 14 credores por despacho de 9 de fevereiro de 1813 do Ouvidor Antônio Manuel Galvão.
Com o desenvolvimento do povoado, que se estendeu pela margem direita do rio Jaguaribe, desapareceu de sua designação a partícula mirim, resultando o nome atual, que é o mesmo do rio.
Cultura
As primeiras manifestações datam da edificação da capela dedicada a Santo Antônio, no início do Século XVIII, onde atualmente se localiza o distrito de Mapuá. O primeiro vigário da antiga capela, mais tarde transformada em Igreja-Matriz e hoje voltou ao título de capela, foi o padre Teodulfo Franco Pinto Bandeira. No dia 18 de novembro de 1872, a Nossa Senhora das Candeias foi nomeada padroeira da cidade. Atualmente tem como pároco o Padre José Peixoto Alves, que em 30 de dezembro de 2013 foi empossado pelo Bispo da Diocese de Limoeiro do Norte, Dom José Haring. Tem como vigário paroquial o Padre Mauro Monteiro da Silva, que desde 1973 tem se dedicado à atividade pastoral no Jaguaribe. O Padre José de Fátima Lima Chagas também passou pela Paróquia de Jaguaribe, onde ocupou por um curto período a função de vigário paroquial, hoje exercida pelo Padre Mauro.
A Igreja Matriz de Jaguaribe que teve sua origem na construção da capela primitiva em louvor de nossa Senhora das Candeias, remonta ao século XVIII, quando o Sítio Jaguaribe-Mirim no último quartel, já estava com habitações que justificavam a existência de um orago, em tomo do qual iam-se construindo novas moradias, formando assim um pequeno núcleo habitacional.
Prova do que afirmamos encontra-se documentada nos termos lavrados nas visitas, pelo padre José de Almeida Machado, às Freguesias do Ceará, entre os anos de 1805 e 1806, por provisão de Dom Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, dada em Olinda a 25 de abril de 1805 e assinada por Manoel Vieira de Lemos Sampaio Governador do Bispado, registrando à época a existência da capela de Jaguaribe como adiante é transcrito:
"José de Almeida Machado, cura e vigário da vara do Cariri-novo, foi nomeado visitador da comarca do Ceará por provisão de Dom José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, dada em Olinda a 25 de Abril de 1805 e assignada pelo Governador do Bispado Manoel Vieira de Lemos Sampaio. Prestou juramento de bem cumprir os deveres de visitador nas mãos do Vigário do Riacho do Sangue, no lugar Santa Rosa, a 15 de julho do mesmo ano a 18 nomeou secretário da visita o Presbítero Secular Manoel Antônio de Pinho. As provisões de ambos e os termos de juramento estão registrados integralmente no livro das devassas."
Divisão Política
O município está dividido nos seguintes distritos: Sede, Mapuá, Nova Floresta, Feiticeiro e Aquinópoles. Vertentes é um povoado que pertence ao distrito de Mapuá.
Formação Administrativa
Elevado à categoria de vila com a denominação de Jaguaribe-Mirim, pela Resolução Provincial de 06-05-1833. Sede no núcleo de Riacho de Sangue.
Pela lei nº 518, de 01-08-1850, transfere a sede do núcleo de Riacho de Sangue para o núcleo de Cachoeira.
Pela lei provincial nº 1121, de 08-11-1864, transfere a sede do núcleo Cachoeira para o de Jaguaribe-Mirim. Instalado em 06-05-1883.
Distrito criado com a denominação de Jaguaribe-Mirim, pela lei provincial nº 1468, de 18-11-1872.
Pela lei provincial nº 1704, de 30-11-1863 é criado o distrito de Boa Vista e anexado a vila de de Jaguribe-Mirim
Por ato provincial nº 1482, de 09-12-1872, é criado o distrito de Nova Floresta e anexado a vila de Jaguaribe-Mirim.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, vila de Jaguaribe-Mirim é constituído de 3 distritos: Jaguaribe-Mirim, Boa Vista e Nova Floresta.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Jaguaribe-Mirim, pela lei estadual nº 1532, de 12-08-1918.
Pelo decreto estadual nº 193, de 20-05-1931, o município de Jaguaribe-Mirim adquiriu o extinto município de Cachoeira e seus distritos Floresta Nova e São Bernardo. Sob o mesmo decreto o município de Jaguaribe-Mirim adquiriu o extinto município de Riacho de Sangue e seus distritos de Santa Rosa, Poço Comprido e Torrões.
Pelo decreto estadual nº 1156, de 04-12-1933, é criado o distrito de Feiticeiro e anexado ao muicípio de Jaguaribe-Mirim.
Pelo decreto estadual nº 193, de 20-05-1931, o município de Jaguaribe-Mirim adquiriu o extinto município de Riacho de Sangue e seus distritos de Santa Rosa, Poço Comprido e Torrões.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 12 distritos: Jaguaribe-Mirim, Boa Vista, Cachoeira, Carnaubinha, Conceição, Flores Novas, Feiticeiro, Nova Floresta, Riacho de Sangue, Santa Rosa, São Bernardo e Torrões.
Pelo decreto estadual nº 1540, de 03-05-1935, desmembra do município de Jaguaribe-Mirim os distritos de Riacho de Sangue, Santa Rosa e Torrões. Para formar o novamente o município de Riacho de Sangue. Sob o mesmo decreto desmembra do município de Jaguaribe os distritos de Cachoeira, Carnaubinha, Conceição, Flores Nova e São Bernardo. Para formar o novo município de Cachoeira.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído de 4 distritos: Jaguaribe-Mirim, Boa Vista, Joaquim Távora (ex-Feiticeiro) e Nova Floresta. Pela lei estadual nº 448, de 20-12-1938, o município de Jaguaribe-Mirim passou a denominar-se simplesmente Jaguaribe.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município já denominado Jaguaribe é constituído de 4 distritos: Jaguaribe, Boa Vista, Joaquim Távora e Nova Floresta.
Pelo decreto estadual nº 1114, de 30-12-1943, distrito de Joaquim Távora passou a denominar-se Feiticeiro. Sob o mesmo decreto o distrito de Boa Vista passou a denominar-se Mapuá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município é constituído de 4 distritos: Jaguaribe, Feiticeiro, Mapuá e Nova Floresta.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Pela lei estadual nº 6307, de 21-05-1963, desmembra do municípiio de Jaguaribe o distrito de Feiticeiro. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 6308, de 21-05-1963, desmembra do município de Jaguaribe o distrito de Mapuá. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 6405, de 04-07-1963, desmembra do município de Jaguaribe o distrito de Nova Floresta. Elevado à categoria de município.
Pela lei estadual nº 6879, de 13-12-1963, é criado o distrito de Aquinópoles e anexado ao município de Jaguaribe.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963 o município é constituído de 2 distritos: Jaguaribe e Aquinópoles.
Pela lei estadual nº 8339, de 14-12-1965, o município de Jaguaribe adquiriu os extintos município de Feiticeiro, Mapuá e Nova Floresta como simples distrito.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968 o município é constituído de 5 distritos: Jaguaribe, Aquinópoles, Feiticeiro, Mapuá e Nova Floresta.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Alteração toponímica municipal Jaguaribe-Mirim para Jaguaribe alterado, pelo decreto estadual nº 448, de 20-12-1938.